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Por que gostamos tanto da Copa do Mundo de futebol?

julho 9, 2014

Óbvio que o tema de hoje seria e será a Copa do Mundo. Não a derrota acachapante do time brasileiro contra o time alemão, que, como vinha dizendo, e deve estar publicado na minha coluna do Sem Censura que chega hoje às bancas da região, o vencedor do jogo desta terça seria o campeão no domingo. E é quase impossível não acreditar nisto depois do que presenciamos ontem, mesmo depois dos excelentes dez minutos que os brasileiros apresentaram no primeiro tempo, até levar o primeiro gol da Alemanha.

futebol mundo copa unidoEntretanto, como disse, não vou falar do jogo de ontem, e sim, da Copa do Mundo, pois, ainda vejo muita gente (mesmo sendo uma minoria) incrédula com o que faz com os nossos sentimentos “apenas um jogo de futebol”. Pra mim, e pra maioria das pessoas, nós temos como primeira memória, geralmente, alguns poucos fatos da nossa primeira infância, só que também pra mim, e pra maioria, também temos na memória nossa PRIMEIRA COPA, aquela que acompanhamos, ainda que parcialmente, pela primeira vez, nossas famílias unidas, nossos pais com seus amigos e/ou familiares, ou simplesmente nós com os nossos em casa, todos ligados, todos CONECTADOS durante pouco mais de noventa reles minutos, enquanto outro país inteiro, seja em que parte do mundo for, também estará, nestes mesmos reles 90 minutos, acompanhando “apenas” esta partida em especial.

Quando crianças, nossas primeiras lembranças, entre várias delas, quase sempre tem espaço, na nossa mente, “a primeira Copa que assistimos”. É assim com a maioria dos brasileiros. E com a maioria dos países onde o futebol é o maior esporte.
E são estes momentos que fazem valer a pena uma Copa do Mundo (que ainda não acabou!); a reunião entre familiares, amigos, que ficam registrados no nosso cérebro, que nos fazem contar a vida do mesmo jeito que as tragédias climáticas, como aqui em Itajaí, onde citamos as grandes enchentes de 1983/1984 e, agora, as de 2008/2011, ou, lembrando por exemplo o 11 de setembro de 2001, que são fatos bem pontuais e que marcaram de alguma forma nossas vidas.

Assim também marcam as Copas do Mundo, como lembro da primeira que torci e sofri e chorei no final (voltando da casa da minha avó paterna), na Copa de 1986, ou como quando assistimos na casa da minha tia Neuza, que mora em frente onde moravam meus avós paternos Benta e Aristides (vivos à época), a Copa onde onde vi pela primeira vez o Brasil ser campeão lá nos Estados Unidos, em 1994! Como não ter isso devidamente registrado na memória?, a família toda reunida, os gritos, os gols, a comemoração em ver o país campeão no seu esporte preferido!! Impossível, né?

E é por estas e outras que gostamos do futebol! Gostamos de estar UNIDOS naqueles 90 minutos de bola rolando, conectados, como já disse, e por isso demonstro sim incredulidade quando vejo pessoas que dizem “não entender” por quê se torce tanto, se sofre tanto, “apenas por um jogo de futebol”. É exatamente porque não é apenas um jogo, é muito mais, muito maior do que “apenas” isso. Infelizmente, nem todos têm esta consciência, e acham mesmo que deveríamos sofrer mais coletivamente (citando um exemplo de dias atrás) pelas duas mortes na queda de um viaduto em BH, do que pela saída dolorida de Neymar!
Óbvio que uma coisa não tem nada a ver com a outra, como já expliquei. Tanto que se falou muito pelas duas mortes em BH, porém, é claro, não do mesmo jeito que a saída de Neymar, exatamente por serem coisas opostas.

E termino com o texto que deixei ontem no Facebook, antes da fatídica partida que nos tirou da final da Copa e que explica mais um pouco dos motivos dessa paixão humana chamada Futebol:

Daqui alguns minutos, quase TREZENTOS MILHÕES de pessoas de DUAS nações [Brasil e Alemanha] estarão UNIDAS por UM jogo, torcendo pelos ONZE jogadores da sua seleção vencer, para passar à final, onde apenas UM se sagrará campeão do mundo no esporte mais popular do terceiro planeta do Sistema Solar!
E esse prelúdio para a final acontecerá em apenas NOVENTA minutos, a começar às 17h na cidade de Belo Horizonte, na Copa do Mundo de 2014!!!!

E tem gente que ainda não entende porque milhões, bilhões de pessoas, conectam-se entre si naquela hora e meia de um esporte, torcendo, vibrando, rindo, chorando pelos seus compatriotas! Tanto que, se existir vida inteligente fora da Terra nos monitorando, acreditem, até mesmo eles estarão prestando atenção a este momento singular que acontece a cada QUATRO rotações do planetinha azul (e que terminará no próximo domingo no Maracanã)!

“A Copa que eu vi”

julho 4, 2014

um artigo de Moacir Kienast:

moacir kienast copa 2014Pode soar estranho, mas o que chamou a atenção na Copa que eu vi foi o potencial do brasileiro. Provavelmente pelo nosso complexo vira-lata, expressão criada por Nelson Rodrigues para explicar a crença do brasileiro de que somos piores em relação aos outros.

Explico: fui com minha filha mais velha ao jogo entre França e Nigéria, válido pelas oitavas de final da Copa do Brasil nesta segunda-feira em Brasília. E as impressões foram as melhores possíveis.

Ao chegar no aeroporto, vi uma infinidade de pessoas e nenhuma fila. Não havia atrasos nos voos tampouco caos no saguão. Havia obras inacabadas, mas que não geravam transtorno aos usuários. Transitar por Brasília foi fácil, principalmente pelas novas estradas que faziam a ligação do aeroporto ao Plano Piloto, local onde fica o estádio nacional Mané Garrincha. O transporte público funcionava integrado ao jogo, com ônibus gratuitos levando torcedores à rodoviária e a outros pontos estratégicos para dispersão do pós-jogo.

Dentro do estádio, além da estrutura fenomenal, a organização e aporte da estrutura física foram itens que me chamaram a atenção. Os voluntários e a segurança trabalhavam em sincronia, proporcionando facilidade tanto para chegar quanto para transitar e sair do estádio. Afinal, o jogo teve um público de 67.882 pessoas, e não levamos mais de 10 minutos para estarmos sentados na cadeira. Os banheiros e lanchonetes estavam funcionando bem e tinha um número impressionante distribuído por todo o estádio, apesar das filas que se formavam.

Esse detalhe das filas é importante, volto a citar em breve. O sinal de telefonia e o 3G estavam funcionando dentro do estádio, havia sinal de wi-fi livre disponibilizado pelas operadoras de celular e o wi-fi do estádio, que precisava de senha porém era de fácil acesso.

Essa está sendo a copa da inclusão. Muitos cadeirantes, pessoas com mobilidade reduzida e inclusive deficientes visuais acompanhavam o jogo. O preço dos produtos no estádio estava acessível, tanto para alimentos e bebidas quanto para os produtos vendidos nas lojas oficiais.

A Copa estimula o turismo e divulga o Brasil. Conversamos com pessoas de nove países diferentes. Torcendo juntas, lado a lado, celebrando a união dos povos e o esporte, todas foram unânimes em reconhecer e elogiar a copa no Brasil, além das belezas do país, visão de todos que vêm nos visitar. Números do Ministério do Turismo mostram que o país recebe poucos turistas comparados a nosso vizinhos. Dinheiro entra com a visita destes turistas, o comércio é estimulado, o setor de serviços também. Porém a maior reclamação foi com a prestação de serviços. E aí voltamos ao assunto da fila.

Faltam pessoas capacitadas para trabalhar e atender o turista estrangeiro. Apesar da boa vontade de todos, característica dos brasileiros, poucos conseguiam se comunicar falando inglês ou a língua de nossos visitantes, principalmente nas lanchonetes do estádio e nos restaurantes, bares e hotéis da cidade.

O espetáculo padrão Fifa é algo surpreendente que não deixa passar um detalhe sequer. Daí onde podemos entender as reinvidacações dos brasileiros. Queremos e podemos ter um Brasil assim. Precisávamos, quem sabe, ter um evento como esta Copa para provar que somos capazes. Pois, se os brasileiros estão seguindo o protocolo e realizando a Copa das Copas, posso dizer que o que queremos depende somente de nós.

“Esta Copa não vai dar certo!”

junho 29, 2014

esta publicação é uma “homenagem” àqueles que ficaram em toda a pré-Copa de 2014 no Brasil dizendo que nada daria certo, teríamos problemas nos aeroportos, ruas, metrôs, iria morrer gente de dengue, em assaltos e balas perdidas, teríamos até o Apagão, igual aquele que o FHC deixou acontecer no começo do século, enfim, seriam tragédias em cima de tragédias, sem esquecer dos “milhares” nos protestos que iriam parar o país. aliás, tem gente até agora falando disso, enquanto são poucas centenas espalhadas pelo Brasil em protestos localizados. mas, vamos ao tenho coletado desde o começo da Copa do Mundo do Brasil de 2014 — e esta publicação será atualizada, pois, pelo jeito, virão mais boas notícias, enquanto os vira-latas brasileiros se roem de raiva e tentam procurar, sem sucesso, críticas ao país:

adeus pessimistas

Apita Brasil: em 10 dias copa sai de 86% de citações negativas para 65% de CITAÇÕES POSITIVAS nas redes sociais – http://www.apitabrasil.com.br/

Bastian Schweinsteiger

o odio de arnaldo jabor

New York Times, o jornal preferido dos coxinhas brasileiros, faz matéria mostrando a festa que está a Copa do Mundo.

 

Da ESPN britânica!

Da ESPN britânica!

aeroportos na copa

nao tem atraso nos aeroportos

O índice de atraso em voos no período da Copa tem sido de 4,2%. Menor que a média internacional, de 15%, e menor que a média da Europa, que é de 8,4%.

apagao na copa
Igual teve na época do FHC, né? ahahahahah

Matéria do Globo sobre casal falando dos “problemas” em Manaus!

“O mundo inteiro quer morar no Brasil. Menos a elite brasileira” – http://tijolaco.com.br/blog/?p=12483

constantino
A revista da direita brasileira, fazendo vergonha lá fora; o colunista da Veja disse ter visto algo “comunista” no logo da Copa!!

Imprensa internacional já elege a Copa como a melhor de todos os tempos!

até a Folha de S.Paulo, uma das que esperavam o fim do mundo para junho de 2014 no Brasil, já muda o tom e segue o resto do mundo!

jornal britânico Telegraph também acha a melhor das Copas

até mesmo a tão coxinha realeza britânica está rendida ao Brasil. aliás, realeza incensada pelos coxinhas brasileiros: O Brasil está muito bom, diz príncipe Harry após jantar em Brasília.

O jornalista Nathaniel Parish Flannery, colaborador de várias publicações americanas em áreas como crime organizado, política, cultura e economia, escreveu um bom artigo no site da Forbes sobre a Copa do Mundo.

jornalista estadunidense diz que o “pessoal do contra entendeu tudo errado sobre a Copa do Mundo”: “Quando a seleção do Brasil entrar em campo, o mundo devia também aproveitar o momento para reconhecer o sucesso das políticas públicas progressivas do país”, escreve Flannery. “O Brasil destinou menos que 2 bilhões de dólares para a construção dos estádios. Em contraste, entre 2010, ano do início da construção dos estádios, e o início de 2014 o governo investiu 360 bilhões de dólares em programas de saúde e educação”.

um clássico, o editorial da Veja desta semana (27 de junho): “É bobagem tentar esconder ou inventar desculpas: muito melhor dizer logo de cara que a imprensa de alcance nacional pecou de novo, e pecou feito, ao prever durante meses seguidos que a Copa de 2014 ia ser um desastre sem limites. O Brasil, coitado, iria se envergonhar até o fim dos tempos com a exibição mundial da inépcia do governo para executar qualquer projeto desse porte, mesmo tendo sete anos para entregar o serviço (…) “Deu justamente o contrário. A Copa de 2014, até agora, foi acima de tudo o triunfo do futebol” (…) “Para efeitos práticos, além disso, tudo funcionou: os desatinos da organização não impediram o espetáculo, os 600.000 visitantes estrangeiros acharam o Brasil o máximo e 24 horas depois de encerrado o primeiro jogo ninguém mais se lembrava dos horrores anunciados durante os últimos meses. É a vida.” (José Roberto Guzzo, Editor da VEJA).

“Copa do Mundo para leigos”

junho 12, 2014

minha coluna desta semana no Sem Censura, que já circula desde ontem em Itajaí e região:

copa do mundo brasilComeço esta última coluna antes da Copa do Brasil com um título entre aspas, pois é o que vai ser a maior parte da coluna, pra deixar claro, praticamente desenhando, pros poucos que ainda acham que ser “contra a Copa” é algo quase “cult”, ou é algo apenas dos “esclarecidos”, enquanto os que são a favor ou são “alienados”, ou governistas. Primeiro, desde que me conheço por gente, gosto de futebol. Também gosto de tênis, pingue-pongue, vôlei, golfe, futebol americano, taco, bolinha de gude, enfim, gosto de esportes, gosto de disputas, gosto dessa sensação de guerrear com um oponente, e, como explica o cientista Carl Sagan, está no nosso DNA; fomos durante centenas e centenas de gerações caçadores, guerreiros pela nossa sobrevivência, e, hoje, apenas algumas gerações após abandonarmos esta luta diária por nossas vidas, compensamos esta ânsia nos esportes, e se “o nosso time nos representa o lugar onde vivemos, o nosso povo – contra aqueles outros sujeitos de um lugar diferente, habitado por um pessoal desconhecido, talvez hostil”, como dizia Sagan no artigo “Os Caçadores de Segunda-Feira à Noite” (publicado no livro “Bilhões e Bilhões”), podemos ser perdoados por esta nossa programação geracional e gostarmos de esportes, de competições, enfim, por gostarmos de ter nossa adrenalina medida enquanto tentamos vencer um oponente. Isso é para aqueles que acham que todos que gostam de futebol são alienados. Claro que há graus e graus de alienação, concordo, principalmente daqueles que estão em meio à torcidas organizadas, ou os mais fanáticos. Mas mesmo estes, estão dentro de um contexto da nossa sociedade.

#vaitercopaAgora, voltemos ao texto de onde tirei o título desta coluna: “Copa do Mundo é o evento mais assistido do mundo. Mais que Olimpíadas, Superbowl, Grammy, Miss Universo, Oscar, final de novela. Existem mais países filiados a FIFA do que à ONU, o que no frigir de ovos significa que existem mais países interessados em jogar a Copa do que apoiar a PAZ MUNDIAL. Se você sabia nada disso, meio que nem deveria opinar. Tratar o evento como algo qualquer de uns fulano correndo atrás da bola é apenas ratificar a redoma intelectual em que se vive. (…) A Copa do Mundo é marketing gratuito de um país pra quase sempre (não é de fato grátis porque a FIFA é o cramunhão do mal de nossos tempos, mas ainda assim exponencialmente mais barato do que uma agência pagaria em vias normais para divulgar o país). É um evento que não tem a ver só com futebol. É muito maior, é gigante. Não há uma única razão plausível de achar que sediar uma Copa do dilma seleção brasileira copa 2014Mundo é algo maléfico. E nem por causa do ‘legado’ (obras, aeroportos, etc), que isso é um mito já derrubado por economistas fodões, mesmo entre os países desenvolvidos.” E aí o Leandro Vignoli vai na jugular, quando fala dos “protestos pra abrir os olhos do mundo”: “Sinto aí desapontar os amiguinhos com máscaras do V de Vingança, mas não é a Copa do Mundo que faz do Brasil um cocozal. ‘Mas, cara, temos que abrir os olhos do mundo com o que acontece aqui!’. Um conselho bem honesto, cala essa matraca, velho. O mundo é esse lugar doido onde vilas inteiras são dizimadas pela tribo rival e outras merdas barra-pesadas acontecem, tá ligado? O mundo tá cagando se o teu país é corrupto. O que o mundo diria se ‘abrisse os olhos’ seria algo do tipo ‘Fodam-se, caras. Resolvam aí entre vocês que nem é tão difícil.’”.

Entenderam o desenho? Ah, e daqui uma semana, volto ao tema, ou não. Bolão básico: Brasil 2 x 0 Croácia e Brasil 3 x 1 México! #VaiTerCopa!

Para pensar sobre nossas prioridades

dezembro 5, 2011

Adeus, Sócrates

dezembro 4, 2011

retirado daqui:

Magrão tinha o atributo que eu mais admiro num ser humano. Jamais sacrificava a dignidade ou a alegria em nome de uma vitória, fosse ela esportiva, política ou pessoal de qualquer tipo. Das muitas qualidades que possuía, essa era a mais especial, posto que joia rara: ele, que venceu tanto, sabia abraçar e amar as derrotas, sabia que nelas é que realmente conhecemos o mundo, as pessoas e as coisas, sabia que são elas que encerram o segredo. Na derrota mais famosa e doída do futebol brasileiro na segunda metade do século XX, ele foi o capitão, o poeta, o trovador e o filósofo. Não havia experiência mais incrível que se sentar com ele à mesa, com cerveja, e ouvi-lo dizer o que é ganhar, cara? Ganhar não é porra nenhuma; ganhar não é merda nenhuma!, e soltar aquela gargalhada de quem deixava no ar um pouquinho mais do que o dito.

Sócrates caminhava com a leveza e a tranquilidade dos que nunca traíram seus princípios. Num meio superlotado de cabeças-de-bagre, fraudes, impostores, mascarados e mercenários, ele foi um gênio com a bola—quem viu jogar, não se esquecerá nunca—e, depois, um verdadeiro colosso, simples e íntegro. Como apontado aqui outro dia, caminhar com ele era enlouquecedor, porque ele não só atendia com atenção qualquer pessoa que chegasse querendo um autógrafo, uma foto, um bate-papo ou um abraço. Ele nunca fazia o movimento de encerrar a conversa, por mais chato que fosse o interlocutor. Magrão era um exemplo de como se relacionar com o tempo. Raras vezes na minha vida eu me preocupei tão pouco com o tempo como quando bebi cerveja com ele. A alegria era tão contagiante que soterrava qualquer possibilidade de cálculo.

Magrão, o cérebro da Democracia Corintiana, era de esquerda, mas daquela estirpe legítima e autêntica, ou seja, internacionalista. Quando nos reunimos em Londres, num festival literário dedicado ao Brasil, a fala de Magrão—da qual eu tive a honra de ser o intérprete simultâneo, tarefa nada fácil, pois ele sabia driblar também ao falar—foi a que mais destoou do ufanismo de alguns outros convidados. Foi ele quem nos lembrou de tudo o que ainda restava por fazer no Brasil, precisamente ele, que tinha feito mais que todos nós juntos para que as coisas melhorassem tanto no país. Quando nos reunimos em Curitiba, foi ele—muito antes de mim, de Leandro Fortes, de José Miguel Wisnik, outros convidados do belo encontro organizado por Rodrigo Merheb—que nos lembrou o que aguardaria os pobres das capitais brasileiras na preparação para a Copa. Ele sempre, sempre pensava nos mais fracos, nos mais pobres, nos que não tinham condições de se defender. Era uma espécie de generosidade que tinha o dom de ser, simultaneamente, alegre e guerreira.

Os fariseus de sempre repetirão seus mantras moralistas, suas racionalizações a posteriori, seus conselhos retirados de manuais de bom comportamento. Não entenderão nunca a lição e o legado de Magrão: abraçar a vida, afirmá-la incondicionalmente, com todos os seus riscos e em toda a sua intensidade. Bastavam algumas horas com ele para que você se desse conta de que era um sujeito que havia chegado a esse estágio superior, especial: o de viver sem medo.

Até já, Doutor. Tá confirmada aquela próxima cerveja. Vai na paz.

Neymar é unanimidade?

julho 10, 2011

[tweetmeme source=”romulomafra” only_single=false]é o que pergunto aos meus amigos e leitores santistas. pois, pelo que tenho ouvido e lido, o jogador do Santos, Neymar, é unanimidade entre os torcedores de outros times pra estar fora do próximo jogo da seleção brasileira masculina na Copa América (infelizmente, a brasileira feminina perdeu hoje pros Estados Unidos, que é sempre um dos favoritos, junto com o Brasil).
pra mim, pelo menos, é certo que ele estará fora. não que ele seja o único culpado. mas é um dos grandes, já que é a maior estrela da seleção, o mais cobrado, de onde mais se espera o gol — bonito ou não.
talvez ainda não seja o momento dele, mas, penso que ele deveria entrar apenas no segundo tempo com o Brasil já vencendo. aí sim caberia o jogo alegre (que ainda não apareceu) de Neymar que, ninguém nega, é craque. mas precisa ter confiança com a camisa da seleção.
vamos esperar pra ver o que acontecerá quarta-feira, pois o técnico já sinalizou que mudanças acontecerão.

aliás, se Neymar é unanimidade pra estar fora, vejo o Fred (quem diria!) como o substituto natural no próximo jogo.

Agressão a jornalista em SC

julho 13, 2010

sem muitos comentários sobre a agressão em um jornalista na cidade de Joinville quando narrava a classificação do Brusque para a Copa do Brasil…

leia mais aqui

Que se dane a tradição

julho 11, 2010

tem muita gente reclamando que, por serem duas seleções que nunca foram campeãs, que essa final da Copa do Mundo não tem validade ou é sem graça.

oras, que se exploda a tal tradição do futebol ou seja lá do que for. pra mim quem tá na final, É POR PURO MERECIMENTO, azar das outras “campeãs” que não tiveram competência para lá estarem. não souberam se controlar. não souberam jogar. não souberam fazer o que Espanha e Holanda fizeram para merecerem estar ali.

e que hoje, vença a melhor (depois, é claro, da prorrogação, pois apostei num bolão que daria 1 x 1 nos 90 minutos ehehehe)

Brasil il il

julho 3, 2010

pois é. perdemos. de virada, que é mais… feio.
porém, é o futebol, com seus encantos e tristezas.
resumindo o jogo de ontem do Brasil, jogamos um quase perfeito primeiro tempo. no segundo tempo, esquecemos o primeiro e praticamente não apareceu o Brasil. aí bastou a Holanda jogar um pouco melhor e fazer dois gols de bola parada pra definir a partida e derrubar o psicológico dos jogadores. também pesou o técnico Dunga não ter mexido quando do primeiro gol levado pelo Brasil.
tinha que ter arriscado.
não arriscou.
assim como Felipe Melo também tinha que ter se contido um pouco. não se conteve. e é assim que dá pra resumir o jogo de ontem.

agora, a Argentina, infelizmente, não jogou nada e mereceu os quatro gols levados da Alemanha.
aliás, a Alemanha parece que nem se esforçou muito pra bater um dos favoritos.
enfim, era um jogo de favoritos também.
mas, a Argentina parece que sentiu do mesmo jeito que o Brasil sentiu.
no psicológico.
levou o primeiro no comecinho e não teve capacidade como a Holanda contra a Brasil de se reerguer e virar o jogo. agora, provavelmente, a Alemanha está credenciada de vez para ser a campeã mundial, a não ser que um Uruguai (Paraguai??) da vida consiga mudar esta história.

aos defensores do “futebol arte”, que já é praticamente uma lenda urbana, sobram jogos como o de hoje para a gente se divertir. mas, esse é o futebol do presente, e, a tendência para o futuro próximo.
cobramos por um futebol bonito, e ontem o tivemos durante 45 minutos.
porém, o outro time sabia quem estava enfrentando e mudou para anular o “futebol arte” conseguindo com certa facilidade. é o que tenho dito, o “futebol arte” não tem mais lugar para ganhar Copa do Mundo.
todos elogiavam até a Argentina que poderia fazer viver este futebol, mas vimos ela ser parada com facilidade pela técnica alemã.
mas, claro, ninguém vai lembrar disso no jogo do Brasil, vão falar que é culpa do Dunga e do Felipe Melo.
esquecem-se que hoje o futebol é diferente e que o futebol arte já acabou, SE É QUE EXISTIU um dia (mas isso é outro assunto).
claro que tem gente que prefere perder jogando bonito do que ganhar jogando feio. isso vai de cada um. eu prefiro ganhar jogando. se for feio, azar de quem defende o preciosismo. se for bonito, provavelmente NÃO VAI GANHAR (e espero um dia ser contrariado).

no mais, uma pena que a mídia brasileira (seguida por uma parcela da torcida brasileira) se rebaixe tanto nos xingamentos à seleção argentina. não precisamos ser tão babacas quanto a mídia argentina, precisamos?

pra finalizar, os dois grandes (cotados) nomes da Copa saíram sem marcar NENHUM gol. Kaká e Messi. :-/

P. S.: no bolão que tinha feito antes da Copa (mas que não participei monetariamente falando), tinha colocado o Uruguai como campeão. tô perto, hein? mas colocara Brasil e Argentina em 3° e 4° lugar. e a Inglaterra em 2°, se não me engano.