O assunto da coluna desta semana (ainda em tempos de “férias de verão” apesar que a maioria esmagadora dos brasileiros já voltou ao seu trabalho normal), não poderia fugir do que foi comentário no Brasil inteiro: o fuzilamento de um brasileiro por um Estado estrangeiro, pela primeira vez, até onde sabe.
Sim, este ato também considero uma barbárie, um país que legaliza o assassinato de um ser humano, que simplesmente diz “olha, desistimos de tentar a recuperação das pessoas e vamos mandar meter a bala nelas, mesmo sabendo que o tráfico e uso de drogas continuará para, provavelmente, todo o sempre”. É exatamente isto que um país e seus governantes dizem quando apelam para a pena capital, pois se desiste do ser humano, se atinge toda uma família com a retirada do mundo de um membro seu. Sim, sim, sim, os argumentos que defendem este tipo de barbárie (que é do título desta coluna) dizem que ele, UM CARREGADOR de cocaína, acabou com outras famílias. Fora que neste caso específico, sabe-se que o DONO da droga está completamente fora de questão, e mataram apenas o carregador, ou, como se chama na linguagem popular, a “mula” que levava a droga pro país.
Não, não foi ele quem “acabou com famílias” onde membros tiveram ou teriam acesso às drogas. Se fosse pra achar um culpado, seria quem mandou aquele homem pra lá; e pros que acreditam que resolveu matar o brasileiro que carregava drogas pra este senhor que o mandou pra lá, engana-se, pois, sabemos, existe demanda, a única coisa que REALMENTE MUDARÁ, é o fato de que provavelmente o traficante (de verdade) terá de PAGAR MAIS para conseguir mandar outro para lá carregando sua droga.
E acreditem, haverá quem irá se arriscar, pois, vivemos no Capitalismo, e, no Capitalismo, somos induzidos a acreditar que simplesmente quem é rico, é melhor e vive melhor que o resto. Isto já tá quase no nosso DNA de tanto que é repetido dia-a-dia, desde que nascemos! Por isso há demanda para pessoas carregarem drogas para países onde há pena capital. E continuará havendo. Queiram vocês, leitores, acreditarem ou não, reclamarem ou não. É um fato e devemos aceitar. Assim como continuará havendo demanda para o uso de substâncias entorpecentes, e isso já acontece praticamente desde que o homem é homem. E continuará existindo. Pena de morte adianta? Não. Aumento na repressão ao combate às drogas adianta? NÃO. Nem vai. Mas, cada um ainda é livre pra acreditar no que quiser, inclusive que a pena de morte resolve alguma coisa. Como disse meu amigo vereador de Blumenau Jefferson Forest, “nenhum criminoso no planeta deixa de cometer um delito por temor à legislação, os crimes são extinguidos pela construção de valores, ligados a educação, a família e as oportunidades”.
E termino esta coluna com um trecho de um vídeo (abaixo) que deveria ser visto por todo ser humano, de preferência, uma vez a cada semestre, do filme “O Ditador” (o último discurso do Ditador, no clássico), de Charles Chaplin: “(…) Não vos entregueis a esses desumanos, homens-máquinas, com mentes de aço e corações de pedra! Não sois máquinas! Não sois gado! Homens é que sois! E levam o amor da Humanidade nas vossas almas! Não odieis! Só odeiam os que nunca foram amados. Os mal-amados e desumanos. Não batalheis pela escravidão! Lutai pela LIBERDADE! (…)”.
da minha coluna no Sem Censura