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Prognósticos para 2022

dezembro 31, 2021

E vamos para os prognósticos para 2022.
Resumindo?
O brasileiro vai continuar sofrendo.
Já foram TRÊS anos de um governo gerido por um maníaco-genocida, que aplica o básico do Neoliberalismo com todas suas forças, mostrando que o CAPITALISMO não liga se o cara é responsável por MILHARES DE MORTES numa pandemia (e q neste momento luta contra a vacinação de crianças!!!!), e as “”instituições democráticas”” todas “funcionando” perfeitamente para que este bandido continue no poder fazendo o que ele quiser fazer (com apoio do grande empresariado, partidos políticos e até parte da esquerda institucional que não quis levar as lutas para as ruas).

E, agora, teremos MAIS 365 DIAS dessa mesmíssima política assassina do povo trabalhador, com as bênçãos das “instituições democráticas” e da elite, não custa repetir.
Com a diferença de que o atual governo, vendo sua possível derrocada eleitoral para breve, pode PIORAR esses ataques contra os trabalhadores (e beneficiando a elite, já beneficiada há décadas, agora, muito mais).

Mas, “resolvemos esperar” as eleições, enquanto a destruição dos poucos direitos que protegiam os trabalhadores vão pouco a pouco acontecendo.
Isso, sem contar a pandemia, tratada desde o começo como algo menor, e, com a nova variante, terá sua nova onda para breve.

E, PIOR AINDA, o CAPITALISMO que gerencia esta pandemia, tratou de fazer o seu papel de sempre, dando de ombros para o resto do mundo pobre, e, as VARIANTES CONTINUARÃO APARECENDO; na África temos APENAS CINCO POR CENTO da população vacinada.
Qto tempo teremos até uma variante aparecer q seja mais eficiente q a Ômicron?

Infelizmente, queria estar mais otimista para 2022.
Mas, a realidade, não ajuda. E continuem usando máscara, pois a Ômicron está por aí e ainda temos muitos negacionistas sem vacina (fora o número de pessoas sem a terceira dose, que será muito maior, pelo que vemos por aí).

Sobre os atentados em SC

novembro 17, 2012

é impossível não comentar o assunto do momento no estado, e que tem repercutido no Brasil inteiro e até fora. junto com o estado de São Paulo, Santa Catarina é o outro estado onde tem acontecido os tais “atentados” contra patrimônio público e privado há vários dias.
segundo alguns, seriam motivos pelos mesmos crimes cometidos em São Paulo, lá pelo PCC (Primeiro Comando da Capital), aqui pelo PGC (Primeiro Grupo Catarinense), mas, outros dizem que os grupos são rivais, e que aqui em Santa Catarina os ataques foram só coincidência, já que talvez sejam motivados por denúncias de torturas nos presídios.
já uma outra tese, admite que os ataques em Itajaí seriam apenas pra tirar o foco de um gigantesco carregamento de drogas que estaria chegando pra abastecer a região durante as festas de fim-de-ano.
e tem quem diga que o que acontece aqui é mais um reflexo da falta de segurança pública e da desordem que os sucessivos governos da famosa direta catarinense, além da incapacidade destes mesmos governos (como acontece igualmente no estado de São Paulo) em gerenciar o básico no quesito do bem-estar social, abandonado em Santa Catarina e na maioria das suas cidades (como Itajaí, Camboriú, Navegantes, Florianópolis, principais cidades onde aconteceram os ataques).
numa grande ‘coincidência’, todas estas cidades também são governadas pelos nossos representantes das oligarquias da direita catarinense — com raros momentos de exceção — que sempre se alternaram no poder desde os tempos da Ditadura Militar.
infelizmente, o povo catarinense assim têm sucessivamente escolhido estas mesmas pessoas (ou o mesmo grupo) pra que decidam pelo destino da terra barriga-verde.
infelizmente também, este mesmo povo que os escolhe, ainda gosta de dizer que é superior aos outros brasileiros quando estes votam por governos mais à esquerda no espectro político.
mas, claro, nessa hora, o que esperam é que “o pau coma”, que se “faça justiça custe o que custar”, que se domine a bandidagem, e, quando esta onde de ataques parar (e ela vai parar, ainda que momentaneamente), o povo irá se sentir aliviado e ver que fez uma “boa escolha” com estes governantes que aí estão.
porém, quando tudo voltar novamente (e vai voltar), aí irão pras redes sociais reclamarem da “falta de segurança pública” e afins, e nunca lembrarão que o problema nasce lá na (falta de) área social, na (falta de) área educacional, na (falta de) área cultural.
só que isso não elege ninguém, não é mesmo? não, pelo menos, neste nosso “superior” estado catarinense, onde “somos melhores” que o resto do Brasil que teima em eleger governos esquerdistas.
então tá, né?

Despedidas e tristes continuações

agosto 23, 2011

[tweetmeme source=”romulomafra” only_single=false]ontem, pelo que disseram, foi a última coluna do jornalista Fernando Alécio no jornal Diário do Litoral. o assunto já foi falado aqui no blog, e, pelo que se diz também por aí, ele caiu por criticar a posição do empresariado hipócrita contra o aumento de representantes na Câmara de Vereadores de Itajaí. porém, hoje leio, com tristeza, um dos piores colunistas do Diarinho, Álvaro Brandão, representante mais caricato em Itajaí no momento da direita raivosa, retrógrada e reacionária (estes três “adjetivos”, na verdade, praticamente se fundem num só, não é?).
ou seja, tiraram o Fernando Alécio, que sempre se mostrou mais imparcial, tranquilo em suas colocações, sem a virulência do tal Brandão, mas, talvez, como este defendeu a hipocrisia que o próprio Diarinho defendeu, vai ficar?
hoje, inclusive, o reaça de plantão fala exatamente sobre o assunto.
na verdade, a pior parte da coluna do cara são as últimas linhas, onde se vê que ele é bacharel em Direito e MESTRE em Ciências Políticas.
ou seja, de nada adiantou o cara sentar nos bancos de uma universidade, dando mais uma amostra de que universidade não salva todo mundo não — e, claro, não estou baseando minha opinião sobre ele apenas por esta coluna e, sim, pelo “conjunto da obra”.

A pergunta que deve ser feita

setembro 5, 2010

e, claro, a grande imprensa não a fará (retirado de um comentário de Jeferson Malaguti Soares, no blog do Nassif):

Por hora, não há qualquer indício de que o PT tenha atuado para obter os dados de Verônica. Cá entre nós: se existe o tal “Estado policial” a que se referem os tucanos, para que ir até uma delegacia da Receita e levantar o sigilo fiscal da filha de Serra? Bastaria ao malvado diretor da Receita obter os dados, que são registrados em computadores e podem ser acessados de Brasília, por exemplo. Pra que ir até o ABC paulista , e deixar tudo registrado (como registrado ficou, convenientemente, para a campanha tucana)?

“O PIG vai à forra do Serra”

setembro 3, 2010

do blog do Paulo Henrique Amorim:

O horário eleitoral gratuito do jenio, nesta quinta feira, foi um exercício em forma de ódio.

O jenio veio após o programa da Dilma e o contraste é devastador.

Serra respira PiG (*).

Explora a filha e o sigilo fiscal para denunciar o que o TSE não considerou um crime.

É o crime sem cadáver.

O Serra caiu nos braços do Eduardo Jorge – triste fim.

O interessante no programa odiento do jenio é o sistema de realimentação entre o PiG (*) e as “denúncias”.

O Serra não prova nada.

Não tem um grama de evidências.

As “provas” saem do PiG (*): a Folha (**) e o Estadão, que lá em Marechal, na ZN, o pessoal pensa que é um estádio de futebol.

O que sustenta a plataforma do ódio é o PiG (*).

O Serra é movido a PiG (*).

Só tem um problema.

O jenio jogou o PiG (*) numa aventura suicida.

O PiG (*) jogou todas as fichas, sua credibilidade, o destino comercial na candidatura do Serra e agora, muito tarde, descobriu que apostou num cavalo manco, como diz o Nassif.

No dia 4 de outubro, o jenio terá um fim melancólico.

Será um fósforo queimado.

E o PiG (*) vai ter que sobreviver.

Pagar as contas, o 13º., as férias remuneradas, dar bonificação de volume – e o Serra ?

Cadê o Serra ?

O jenio vai sumir na casa do Preciado em Trancoso ?

Isso não vai sair barato.

O PiG (*) vai à forra.

E o Serra vai pagar o preço da desmoralização do PiG (*).

Quando o Amaury publicar o livro dele, o PiG (*) vai invocar a defesa dos mais nobres princípios do Jornalismo e descer a lenha no coveiro, o jenio.

O PiG (*) vendeu a alma pelo Serra.

Isso não vai sair assim, de graça.

Os interesses do PiG (*) são permanentes.

Os do Serra, leves como a pluma – branca de ódio.

Especialista em casuísmos

fevereiro 3, 2010

tirei daqui, que tirou daqui, e que foi publicada no Correio Braziliense:

Lula está loucamente em campanha “informal” por Dilma, inaugurando qualquer rascunho de obra e falando bem de si próprio todo dia. E os líderes da oposição, estão fazendo o quê? A mesma coisa

Do blog do Alon:

É divertido assistir ao PSDB reclamar dia sim outro também contra a antecipação da campanha. A diversão fica por conta de um detalhe: no poder, o PT não cometeu casuísmos, não alterou uma vírgula das leis eleitorais para beneficiar-se. Nem precisou. Se o partido situacionista colhe os frutos de um arcabouço deformado e injusto, moldado para favorecer o continuísmo, deve gratidão especial ao PSDB, o verdadeiro pai da criança.

A começar da reeleição. Qual é a história dela entre nós? Depois do impeachment de Fernando Collor, a revisão constitucional acabou em fiasco. Um dos poucos temas aprovados foi reduzir o mandato presidencial de cinco para quatro anos. Quem era o favorito então para ganhar a corrida do ano seguinte? Luiz Inácio Lula da Silva.

Mas vieram o Plano Real e a invencível candidatura de Fernando Henrique Cardoso. Instalados no Planalto, os tucanos trataram de continuar ali mais um quadriênio, com regras curiosas. O ocupante do Executivo pode pleitear um tempo extra na cadeira, sem precisar sair dela. Já quem o desafia é obrigado a desincompatibilizar-se.

O mesmo vale para vereadores, deputados e senadores, que podem lutar por mais um mandato sem renunciar. E têm o privilégio de concorrer com desafiantes que precisam obrigatoriamente estar desligados da máquina estatal. Não é uma beleza? Além disso, no poder os tucanos trataram de reduzir os dias reservados à campanha eleitoral no rádio e na TV.

Quando essas maravilhas foram incorporadas à legislação, o PSDB ocupava a Presidência da República e os governos dos principais estados, incluído o “Triângulo das Bermudas” da política brasileira: São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Eis por que simplesmente não dá para levar a sério a choradeira.

O sistema eleitoral apresenta deformações? Sim.

Há esperança de que o próximo governo tome a iniciativa de corrigi-las, para legar ao país uma moldura mais democrática? Esperança remota.

Infelizmente, o aperfeiçoamento institucional não é uma preocupação dos nossos políticos. Talvez porque lhes falte tempo, ocupados que estão em espremer os miolos para encontrar o caminho da perpetuação.

“Casuísmo” é uma palavra nascida nos anos 70 do século passado, quando o regime militar alterou seguidamente as regras eleitorais para tentar evitar a chegada da oposição ao poder.

No fim deu errado, porque o PMDB acabou derrotando o governo, mesmo com todos os truques. Na política, nada resiste à força da maioria. Pode levar um tempo, mas ela acaba prevalecendo.

Qual é o problema atual da oposição brasileira? É exatamente construir uma nova maioria. Ou então, por inércia, as urnas acabarão referendando a maioria que existe, e que sustenta o governo Lula.

Como a oposição não parece ter a mínima ideia de por onde começar a tarefa, recorre ao formalismo. Sim, Lula está loucamente em campanha “informal” por Dilma Rousseff, inaugurando qualquer rascunho de obra e falando bem de si próprio todo dia. E os líderes da oposição, estão fazendo o quê? A mesma coisa.

Apenas, talvez, com menos competência.

Pesquisas
Em nenhum outro país as pesquisas eleitorais consomem o tanto de imprensa que lhes é dedicado no Brasil. Deve haver alguma explicação. Uma, conspiratória, é que enquanto se discutem as pesquisas não se discute o essencial: o que cada candidato quer fazer no governo.

O cenário eleitoral no Brasil é curioso. Para boa parte do eleitorado potencial da oposição (e da base social desta), o ideal a partir de 2011 seria um governo igualzinho ao de Lula, só que sem o PT. Nem é por resistência aos programas sociais, hoje consensuais por convicção ou conveniência. É mais por causa da dúvida sobre os reais compromissos estratégicos do partido com a democracia representativa e a economia de mercado. E não necessariamente nessa ordem.

Daí por que o nome de Henrique Meirelles pode agregar valor eleitoral a Dilma. Ele traria eventualmente também algum desgaste, caso a oposição decidisse colocar em debate o modelo econômico de escravidão financeira, farra cambial e baixo crescimento. Mas quem disse que a oposição está interessada em ir por aí? Ela parece mais empenhada é em vender-se como confiável à turma de sempre.

O defensor da Ditadura

dezembro 8, 2009

Prates: Tu És um Verme, e o Jornalista que Não te Denuncie, Um Omisso
Dedicado aos que deram a vida pela Liberdade.
Por Raul Fitipaldi.

Escrevo sem constrangimento nem surpresa. Escrevo para que os estudantes de jornalismo em particular, de qualquer parte, tenham em claro a diferença entre Liberdade de Empresa e Liberdade de Imprensa. Escrevo não para desabafar, porque o “verme de defunto” que proferiu o vídeo que muitos de vocês já conheceram, que outros conhecerão e que reproduziremos no Desacato, como já o foi reproduzido no site de Celso Martins e em tantos outros espaços decentes, não pode ser levado a sério. Escrevo essencialmente, porque não pode ser exibido esse objeto repugnante do sistema na hora na qual as famílias, as crianças, os adolescentes, se alimentam, para dar continuidade à labuta diária. Estou falando de censurar ao tal Luiz Carlos Prates? Não, estou falando de censurar a quem nos conduz à insanidade mental, à mentira, ao oportunismo, à promiscuidade, à prostituição e à obscenidade. E esse ser que vomitou esses trejeitos sonoros na RBS TV induziu na sua louca paródia a tais condutas.

Quero me dirigir aos colegas que iniciam a trilha desta linda atividade de informar, comunicar, transmitir, narrar, articular opiniões, isso tudo através de uma técnica adequada, para que contemplem os valores sociais mais solidários, civilizados, progressistas, julgando à violência privada, estatal e paraestatal, servindo ao povo, educando e trabalhando para a liberdade plena do povo a partir da ética e da honestidade. Para que observem especialmente o preço que se paga muitas vezes pela fama, pela vaidade de “se achar”, pela inquietude de ser o centro das atenções, pela tranqüilidade de um salário bom e uma aposentadoria polpuda em troca do favor ao amo. Que efêmera é a mentira e que poucas décadas dura oculta a triste verdade de um senhor que engana na TV e na rádio e que fica, pela sua própria boca e imagem deflagrado em toda sua dimensão: UM JORNALISTA TARIFADO, UM BONECO DE VENTRÍLOQUO.

Esse é o pecado do colega que defende em troca de imagem, fama e dinheiro a LIBERDADE DE EMPRESA contra a LIBERDADE DE IMPRENSA. Ou se empresta para qualquer faxina ou perde o emprego. A Liberdade de Empresa motivou uma campanha brutal contra a democracia venezuelana, baseada na mentira e criando a percepção de que a não renovação de concessões de ar para determinados meios em favor dos meios públicos e populares era um ato ditatorial, a mesma campanha que estão iniciando no Equador. A Liberdade de Imprensa permite que em lugar de se modelar a opinião do povo se lhe permita a ele próprio, em seu interesse e linguagem expressar e ouvir aquilo que lhe concerne como produtor da riqueza. Falamos da luta de classes na comunicação. Esse tal Prates defende à classe social à qual serve de forma ordinária e despótica. Dono da verdade única pousa de Zaratustra mediático e entra nos lares com impudica permissividade. O que há de ser cerceado no senhor esse não é que diga o que pensa, mas sim, a deformação da verdade proposital em defesa do interesse único do seu patrão e próprio, e as formas que utiliza para atacar contra a consciência coletiva, pretendendo, através da mentira, deformar o imaginário popular para que favoreça a violência, a tortura, a perseguição e a submissão dos direitos humanos.

Quando não há monopólios há soma de mensagens expressadas, gera no coletivo social a “grande verdade de todos”, aquela que por ser o conjunto da diversidade de opiniões, visões da notícia, confrontações de fatos, acumulações de experiências e culturas que a emitem e receptam, é assimilada pelo povo como própria e não do dono do meio. A Soberania Comunicacional dos Povos inibe a existência de meios e personagens autoritários como o personagem nefasto em questão.

Finalmente, não sejamos ingênuos: o discurso deste funcionário do monopólio RBS apenas segue a linha do que começou a se desenvolver revestido de “democracia conservadora ofendida” na Venezuela, e de Golpe de Estado em Honduras. A beatificação do Golpe de Estado do nosso povo irmão de Honduras não é um acaso avulso do Império e das oligarquias regionais, é um Projeto Condor II para América Latina. Os Oscar Arias, José Miguel Insulza, Uribes, Martinellis, Alan García, Cisneros, Vargas Llosa, etc. começam a tocar os sinos da guerra. Este pobre homem da RBS é uma cópia grosseira e provinciana desse projeto que voltou a se instalar na região. Mais um beato da Ditadura. Um detalhe apenas: Não é de duvidar que ele fosse um jovem jornalista que pudesse andar solto e feliz por Porto Alegre, São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro. De fato, o brotinho já era golpista, fazia parte dos acólitos do golpismo. Ou mesmo não poderia dizer Vladimir Herzog.

Em fim, aguardo com humildade, que em homenagem à memória de Adolfo Dias e a tantas vítimas em graus diversos que esta terra já teve desde a Ilha até o Contestado, meus caros e respeitados Lelê de Souza, Hamilton, Geraldo Barbosa, e especialmente o Sindicato de Jornalistas inicie ações legais e públicas com a finalidade de que nossas crianças e adolescentes, não mais sejam submetidos a esse assédio comunicacional na sala dos seus lares. Prates tu és um verme, vá para Miami, esse é o teu lugar.

JUSTIÇA JÁ!

O lado de Judas

outubro 25, 2009

Longos anos se passaram para que a Folha de S Paulo admitisse, como admitiu em editorial, nesta sexta-feira, que gerência técnica, tática de alianças, governabilidade. A política como arte do possível. Conceitos e lemas desse tipo fixaram-se, ao longo do tempo, como ingredientes típicos da retórica e da prática tucanas. A afirmação, como se vê, é parte de uma análise bastante retardada em honra da verdade. Essa e muitas outras deixaram de ser ditas em tempo real, para não contrariar interesses do próprio jornal.

No preâmbulo de mais essa manifestação política, o jornal admite que no governo FHC, o tema da modernização do Estado brasileiro nunca representou empecilho para que se fizessem alianças com o que sempre existiu de mais arcaico e oligárquico na política brasileira. Muda o presidente, muda o partido, mas não se altera a tolerância com o patrimonialismo e com o atraso. E admite que Lula tem razão ao dizer que não se governa no Brasil fora da realidade política: Ninguém diria o contrário, diz a Folha.

Entretanto, o editorialista cobra do presidente sua promessa de mudar essa realidade política: A política não é apenas a arte do possível, como dizia Fernando Henrique Cardoso mas a arte de ampliar esses limites, diz o jornal. E coloca nas mãos do núcleo no poder a responsabilidade por uma reforma política, fiscal ou previdenciária, pendentes há décadas. Como se a Folha não soubesse muito bem que cada feudo de poder econômico, grupal, familiar, político quer um modelo de reforma que lhe beneficie.

Grupos poderosos, como os do agronegócio, das comunicações, das altas finanças, conseguem até ocupar altos postos de comando nos ministérios da Agricultura e da Comunicação, Banco Central, a garantir a manutenção histórica do patrimonialismo oligárquico e do arcaísmo, ora condenados pela Folha. Ela mesma uma legítima representante desses grupos, pouco ou nada interessados em mudança. A não ser para manutenção dos seus próprios privilégios. Nunca para promover mais democracia.

A reforma que interessa à Folha e à mídia, legítimas representantes das oligarquias, não é a mesma que interessa à sociedade como um todo. Mais do que a reforma agrária, que democratize o acesso à terra, prefere-se a demonização dos movimentos sociais. Mais do que os investimentos em políticas sociais, que elevem o perfil distributivo, melhor condenar os gastos do governo. A mídia jamais concordará em discutir um modelo voltado ao direito à comunicação ou à democratização dos meios de comunicação.

(Em face de repetidas demonizações dos movimentos sociais pelos inimigo da reforma agrária, circula pela internet um Manifesto em Defesa do MST (1), subscrito por intelectuais, movimentos sociais, personalidades. O manifesto mostra os interesses por trás da desestruturação dos movimentos pela reforma agrária no Brasil. Como o agronegócio, que quer impedir a revisão dos índices de produtividade agrícola, que estabelece as bases da produtividade da terra no Brasil e favorece a reforma agrária).

Em vez de preservar o meio-ambiente, o conservadorismo opta por ampliar a fronteira agrícola, o desmatamento. Mais do que discutir a violência ligada ao trafico de drogas e ao alcoolismo, melhor aliar-se aos anunciantes de bebidas. Mais que uma reforma previdenciária que garanta justos direitos de cobertura, prefere-se mitificar o déficit da previdência. Reforçando à avidez dos grandes bancos que bancam a previdência privada. A depender da Folha, pois, longe está a ampliação da arte do possível.

É hilário, como se vê, o movimento da mídia brasileira e dos partidos de oposição a condenar o pragmatismo do governo diante da realidade brasileira que transforma a política como a arte do possível, que todos praticaram, sem o menor interesse na arte de ampliar esses limites. Todos os políticos hoje levados à execração pública foram sempre aliados e úteis aos que hoje os querem condenar. A Folha de S Paulo, a mídia brasileira, deve à sociedade uma análise, isenta de hipocrisia, sobre a fisiologia e o atraso em nossa política.

(1) adesões podem ser feitas neste endereço

O artigo foi retirado daqui

O lado de Judas

outubro 25, 2009

Longos anos se passaram para que a Folha de S Paulo admitisse, como admitiu em editorial, nesta sexta-feira, que gerência técnica, tática de alianças, governabilidade. A política como arte do possível. Conceitos e lemas desse tipo fixaram-se, ao longo do tempo, como ingredientes típicos da retórica e da prática tucanas. A afirmação, como se vê, é parte de uma análise bastante retardada em honra da verdade. Essa e muitas outras deixaram de ser ditas em tempo real, para não contrariar interesses do próprio jornal.

No preâmbulo de mais essa manifestação política, o jornal admite que no governo FHC, o tema da modernização do Estado brasileiro nunca representou empecilho para que se fizessem alianças com o que sempre existiu de mais arcaico e oligárquico na política brasileira. Muda o presidente, muda o partido, mas não se altera a tolerância com o patrimonialismo e com o atraso. E admite que Lula tem razão ao dizer que não se governa no Brasil fora da realidade política: Ninguém diria o contrário, diz a Folha.

Entretanto, o editorialista cobra do presidente sua promessa de mudar essa realidade política: A política não é apenas a arte do possível, como dizia Fernando Henrique Cardoso mas a arte de ampliar esses limites, diz o jornal. E coloca nas mãos do núcleo no poder a responsabilidade por uma reforma política, fiscal ou previdenciária, pendentes há décadas. Como se a Folha não soubesse muito bem que cada feudo de poder econômico, grupal, familiar, político quer um modelo de reforma que lhe beneficie.

Grupos poderosos, como os do agronegócio, das comunicações, das altas finanças, conseguem até ocupar altos postos de comando nos ministérios da Agricultura e da Comunicação, Banco Central, a garantir a manutenção histórica do patrimonialismo oligárquico e do arcaísmo, ora condenados pela Folha. Ela mesma uma legítima representante desses grupos, pouco ou nada interessados em mudança. A não ser para manutenção dos seus próprios privilégios. Nunca para promover mais democracia.

A reforma que interessa à Folha e à mídia, legítimas representantes das oligarquias, não é a mesma que interessa à sociedade como um todo. Mais do que a reforma agrária, que democratize o acesso à terra, prefere-se a demonização dos movimentos sociais. Mais do que os investimentos em políticas sociais, que elevem o perfil distributivo, melhor condenar os gastos do governo. A mídia jamais concordará em discutir um modelo voltado ao direito à comunicação ou à democratização dos meios de comunicação.

(Em face de repetidas demonizações dos movimentos sociais pelos inimigo da reforma agrária, circula pela internet um Manifesto em Defesa do MST (1), subscrito por intelectuais, movimentos sociais, personalidades. O manifesto mostra os interesses por trás da desestruturação dos movimentos pela reforma agrária no Brasil. Como o agronegócio, que quer impedir a revisão dos índices de produtividade agrícola, que estabelece as bases da produtividade da terra no Brasil e favorece a reforma agrária).

Em vez de preservar o meio-ambiente, o conservadorismo opta por ampliar a fronteira agrícola, o desmatamento. Mais do que discutir a violência ligada ao trafico de drogas e ao alcoolismo, melhor aliar-se aos anunciantes de bebidas. Mais que uma reforma previdenciária que garanta justos direitos de cobertura, prefere-se mitificar o déficit da previdência. Reforçando à avidez dos grandes bancos que bancam a previdência privada. A depender da Folha, pois, longe está a ampliação da arte do possível.

É hilário, como se vê, o movimento da mídia brasileira e dos partidos de oposição a condenar o pragmatismo do governo diante da realidade brasileira que transforma a política como a arte do possível, que todos praticaram, sem o menor interesse na arte de ampliar esses limites. Todos os políticos hoje levados à execração pública foram sempre aliados e úteis aos que hoje os querem condenar. A Folha de S Paulo, a mídia brasileira, deve à sociedade uma análise, isenta de hipocrisia, sobre a fisiologia e o atraso em nossa política.

(1) adesões podem ser feitas neste endereço

O artigo foi retirado daqui

O eixo Veja-Folha e o caso Lina

outubro 19, 2009

“Não há limites para esse eixo Veja-Folha que se formou anos atrás e prossegue impávido, mesmo depois do desmoronamento da credibilidade da revista (clique aqui para ler a íntegra das matérias).

“Esta semana, Veja apresenta um furo estrambólico: diz que Lina Vieira, a ex-Secretária da Receita Federal, finalmente (dois meses após o escândalo em torno da suporta reunião reservada com Dilma Rousseff) abriu sua mala e, ó surpresa!, encontrou a agenda perdida, onde estava escrito à mão a data da sua reunião com a Ministra Dilma Rousseff.

“A reportagem da Veja é um desses primores do antijornalismo:

“Em um trecho,  admite (ufa!) que a Secretária tinha dito que a tal reunião talvez ocorrera em dezembro.

“A ex-secretária, por sua vez, nunca apresentou provas convincentes, além do próprio testemunho, de que a conversa realmente existira. O dia? Lina não se lembrava. O mês? Lina dizia que fora próximo ao fim de 2008, talvez em dezembro. Quando questionada sobre a imprecisão, justificava afirmando que todos os detalhes estavam registrados em sua agenda pessoal.

“Agora, a tal agenda apareceu. E, segundo a revista, tem um dado capaz de mudar tudo: uma anotação à mão (!).

A ex-secretária da Receita fez uma anotação a mão em 9 de outubro de 2008, logo em seguida à reunião com Dilma. Ela escreveu: “Dar retorno à ministra sobre família Sarney”. De acordo com um amigo de Lina, a quem ela confidenciou ter achado a agenda, bem como detalhes ainda não revelados sobre o encontro, a reunião ocorreu pela manhã, próximo ao horário do almoço, fora da relação de compromissos oficiais da ministra.”

quem quiser ler o resto, vai aqui no blog do Gerd.