é impossível um ser humano ficar inabalável diante de tanta beleza. tudo bem que vou me reduzir apenas à minha preferida, minha amada canção há uns 15 anos pelo menos, o “Lacrimosa” do Réquiem em Ré Menor (KV 626) de Mozart. quase não há palavras para descrever sua audição ao vivo (pelo Polyphonia Khoros e Octeto de Cordas da Camerata Florianópolis) nesta noite de quarta-feira na Igreja Luterana do Brasil, centro de Itajaí. pensei que iria prestar atenção ao Baixo (naipe que canto), mas não consegui. foi a primeira vez que a ouvi ao vivo, e afirmo que nunca esquecerei. ainda quero ouvi-la muitas vezes assim, e, se possível cantá-la (mas, ouvi-la, do jeito que foi belamente executada hoje, ah, isso não se compara), claro que vou amar ainda mais quando ouvir o Réquiem completo com seu belo “Introitus” ou então o poderoso “Confutatis” e o mais poderoso ainda “Dies Irae“, sem esquecer dos belos solos (que começa com o Baixo) em “Tuba Mirum” ou quaisquer das outras peças desta derradeira obra de Mozart.
bem, quem não foi, perdeu, porém, felizmente, a Luterana estava quase toda tomada. fico realmente contente que muita gente foi. perdeu o “Gloria (RV 589)”, de Vivaldi e seus doze belíssimos movimentos – o qual o Coro Carpe Diem e a Orquestra do Imcarti executaram em 1998 na abertura do Congresso Nacional dos Meninos Cantores do Brasil aqui em Itajaí, na Igreja Matriz católica -, ou então o “Credo”, da Missa em Sol, de Schubert (outra já executada – a missa inteira – pelo Carpe Diem, anos atrás) e de Händel, duas peças, o “See, the Conqu´ring Hero Comes” e “For Unto a Child is Born” (do Oratório de Messias, de onde é famoso “Hallellujah”, o qual encerrou a noite após os aplausos finais).
para terminar, inspirado pela belíssima noite de boa música, a tradução do Lacrimosa:
Dia de lágrimas, aquele em que o homem pecador renasce de sua cinza para ser julgado.
Tende, pois, piedade dele, Deus.
Ó piíssimo Jesus, ó Senhor, concedei- lhe o repouso eterno.
Amém.