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Livros lidos em 2014

dezembro 24, 2014

henry-miller-sexus-fraseentão, fechando o ano de 2014, minha média de livros lidos neste ano caiu de 23 para 19 (estou lendo ainda dois — e um não consegui finalizar), porém, consegui, até com certa facilidade, fechar a meta deste ano, que era ler a saga da Fundação, de Isaac Asimov, que é composta por sete livros! E ainda tive sorte que a editora Aleph lançou neste ano toda a série, com nova tradução, inclusive, dentro das mudanças que o próprio Asimov tinha feito na série, após juntar praticamente todos os seus livros para que se passassem num mesmo universo (entram aí também a série dos Robôs, que pretendo começar em breve).

porém, a minha meta para 2015, que já vou começar nos próximos dias, é tentar ler todos os livros — em português — de um dos meus autores estrangeiros preferidos, Henry Miller (que faria aniversário neste 26 de dezembro). acho que o último que li do escritor estadunidense foi em 2011!

então, vamos à lista dos livros lidos neste ano de 2014!

1) Onde o Diabo perdeu as Botas (Hélio Jorge Cordeiro)
2) Tesouros do Nirvana (Gillian G. Gaar)
3) Prelúdio à Fundação (Isaac Asimov)
4) Incal (Jodorowski e Moebius)
5) Che – os últimos dias (Hector Oesterheld com arte de Alberto Breccia)
6) Crônicas da Fundação / ou Origens da Fundação) (Isaac Asimov)
7) Torneio Luíza Mello (Fernando Alécio)
8) As Grandes Invenções da Humanidade (Michel Rival)
9) Rolling Stone – Bob Dylan: Edição Especial de Colecionador
10) Fundação e Império – (Isaac Asimov)
11) Sandman Definitivo 4 – (Neil Gaiman)
12) Segunda Fundação – (Isaac Asimov)
13) Surpreendentes X-Men – Superdotados – (Joss Whedon)
14) Limites da Fundação – (Isaac Asimov)
15) Fundação e Terra – (Isaac Asimov)
16) A Orgia Perpétua – (Mario Vargas Llosa)
17) O Jardim do Éden – (Ernest Hemingway)
18) Garota Exemplar – (Gillian Flynn)
19) A Mão Esquerda da Escuridão – (Ursula K. Le Guin)

lendo
20) Che 20 anos depois – vários autores brasileiros
21) Sociedades Secretas – Vol. II – Sociedades secretas iniciáticas e criminosas (Jean-François Signier e Renaud Thomazo
22) Para Além do Capital – (István Mézsáros) lido parcialmente

trecho de um dos livros que já li do Henry Miller, “O Pesadelo Refrigerado“:

(…) Vastas áreas de solo valioso são transformadas em deserto por negligência, indiferença, ganância e vandalismo. Di­lacerada há oitenta anos pela guerra civil mais sangrenta da história do homem, até hoje é incapaz de convencer o lado derrotado do país sobre a correção de nossa causa; incapaz, como libertadora e emancipadora de escravos, de lhes dar verdadeira liberdade e igualdade, ao contrário, escravizando e degradando nossos próprios irmãos brancos. Sim, o norte industrial derrotou o sul aristocrático — os frutos dessa vitória são agora visíveis. Onde quer que haja indústria existe feiura, miséria, opressão, tristeza e desespero. (…)

Henry Miller & Laurence Durrell

junho 1, 2012

[tweetmeme source=”romulomafra” only_single=false]estou lendo, atualmente, dois livros. um se chama “Irmã Monika“, de E. T. A. Hoffmann, escrito lá nos idos de 1815, ou seja, bem, há muitíssimo tempo. além de escritor, Hoffmann também foi diretor de orquestra, compositor de óperas, diretor de teatro, catedrático respeitado e boêmio desaforado. e imagine ser isso tudo na virada do século XVII??? Hoffmann influenciou, só pra citar dois famosos, Alan Poe e Charles Baudelaire.
mas o que quero falar mesmo é do segundo livro, chamado simplesmente “Correspondência“, de Laurence Durrell (1912-1990) e Henry Miller (1891-1980), o famoso escritor estadunidense (e que teve um tórrido caso com a escritora francesa Anaïs Nin, mostrado sublimamente no filme Henry & June) de Trópico de Câncer, Trópico de Capricórnio, a trilogia Sexus, Nexus e Plexus, além de vários outros livros, tudo no começo do século XX, no período conhecido “entreguerras”.
e estou lendo “Correspondência” com um certo prazer único. pois, além do livro ser muito raro no Brasil, pelas buscas que fiz, encontrei apenas uma edição na Estante Virtual, ao preço irrisório de 18 reais, e uma edição portuguesa de 1965!!! ou seja, o livro das correspondências entre os dois escritores foi publicado com os mesmos ainda vivos! e isso é citado.
isso sem contar a história dos dois, não muito incomum pra época, mas, como envolve dois grandes nomes da literatura mundial, é, no mínimo, interessante, pois Durrell (*) mandou uma carta em 1935 pra Miller onde indica a obra do escritor estadunidense (mas que morava, então, em Paris) como “a única digna do Homem de que este século se pode gabar”, ao que Miller responde ao anglo-inglês que morava na Grécia como a única carta inteligente de um britânico recebida por Miller sobre seu livro (Trópico de Câncer).
dali em diante, nasceu uma amizade entre os dois que durou 45 anos, até a morte de Miller em 1980.
e, por isso, todo esse prazer na leitura deste raro livro, sobre dois personagens raros da nossa literatura, comentando sobre suas vidas, sua época, suas agruras, alegrias, e, sobre sua arte.

(…) Quando o homem toma plena consciência dos seus poderes, do seu papel, do seu destino, é um artista e cessa de debater-se com a realidade. Torna-se num traidor à raça humana. (…)” Laurence Durrell, em carta de 3 de janeiro de 1937, na página 68 do livro.

(*) o nome de Durrell está escrito errado na capa do livro, conforme errata publicada na mesma edição

livros das últimas semanas (Miller, Arsan, Ubaldo, Bataile)

outubro 17, 2009

[os links dos livros são do Skoob — os outros são do Wikipédia] Nestas três semanas em que deixei de lado a excelente biografia de Lewis Carroll — claro que após terminá-la –, consegui a proeza de terminar quatro obras literárias: uma delas, de um dos meus ídolos literários, Henry Miller e seu Trópico de Capricórnio — de 1939 — (não confundir com o Trópico de Câncer (1934), um de seus livros mais famosos), um livro com ótimos trechos, maravilhosos, pra falar a verdade, mas realmente não mantém a constância do outro Trópico ou dos outros livros de Miller. Um dos melhores trechos deste livro de Miller é um em que ele fala sobre sua infância. Impossível não se colocar no lugar do pequeno Henry, pobre e fudido em Nova York, porém, feliz com seus amigos pirados. depois, fui para meu primeiro livro do Georges Bataile, “O Azul do Céu“. (1957) bem, um livro interessante, uma história interessante, mas não é o que esperava ainda do “maldito” Bataile (e seu famoso, “A História do Olho“). depois disso, finalmente li o famosíssimo “Emannuelle” (1959), da francesa Emanuelle Arsan. e, bem, o livro merece sim a fama que tem, aliás, a fama maior se deve aos filmes (e seriados) que foram feitos baseados na obra literária, porém, não chegam nem aos pés do filme (que tem como personagem Emmanuelle — se chama, traduzido do italiano, “Eu, Emmanuelle” — a atriz sueca Sylvia Kristel). o livro é muito mais filosófico, apesar de ter o erotismo como base. terminado o delicioso Emmanuelle, comecei “A Casa dos Budas Ditosos” (1999), do brasileiro João Ubaldo Ribeiro. ainda não entendi o motivo da historinha criada pelo Ubaldo em dizer que o livro não fora escrito por ele (alguém teria mandado a história pra ele). será que no Brasil ainda há tanto preconceito quanto à literatura erótica? sim, pra quem não sabe, “A Casa…” é um livro erótico, contado por uma senhora de quase 70 anos que conta suas histórias de putarias sem vergonha nenhuma. uma pena que os escritores (principalmente os famosos) tenham vergonha de publicar este tipo de literatura. mas, o livro está muito bom (estou quase na metade) e parece que continuará assim, espero. 😉

sylvia kristel emannuelle

atriz Sylvia Kristel na famosa foto como Emmanuelle (que serve como foto para a capa da edição brasileira da editora Círculo do Livro)

Henry Miller…

junho 16, 2009

sexus henry miller

Henry Miller…

junho 16, 2009

sexus henry miller

O Quarto de Jacob

abril 24, 2009

nesta quarta, terminei de ler a “obra de Miller”, o livro Opus Pistorum. um livro pornográfico que Miller escreveu numa época em que a grana era escassa, e um livreiro de Los Angeles lhe ofereceu 1 dólar por página entregue. e, claro, com a mente de Miller, não foi difícil começar a despejar páginas e mais páginas pra ganhar a grana (lembrando que 1 dólar naquela época, era uma grana considerável, se não me engano). e, o livreiro, que acabou virando amigo de Henry, teve sua obra pornográfica – vendida à autores de cinema da época.

após terminar Opus Pistorum, passei pra outro livro completamente diferente: O Quarto de Jacob, de Virginia Woolf (tradução de Lya Luft). neste livro, Woolf começa definitivamente a praticar seu experimentalismo literário que a deixou ainda mais famosa. já no começo, percebe-se os personagens que aparecem e somem logo depois, pra não voltar mais à história, enquanto vai se contando a vida de Jacob. poesia literária pura! vale a pena!

Henry & Henry

abril 16, 2009

artigo publicado na edição 9 do jornal Correio Popular de Itajaí, que saiu nesta quinta-feira.

estou lendo dois Henry.
terminei um dos dois livros esta semana.
um Henry é nascido na Alemanha, em 1920, e naturalizado estadunidense; o outro é nascido no Estados Unidos, em 1891, e é descendente de alemães.
os dois possuem sobrenome alemão e, apesar dos trinta anos de diferença, têm mais ainda em comum que o nome ou a ascendência.
os dois começaram a publicar sua literatura depois dos trinta anos, e só foram ser reconhecidos pela sua arte muito mais tarde.
os Henry viveram – e escreviam durante – a Geração Beat, mas nenhum dos dois era um beatnik.
um trabalhou no correio. o outro, numa companhia de telégrafos.
eles publicaram autobiografias usando pseudônimos. aliás, a literatura básica dos dois é baseada em autobiografias.
os dois Henry foram ajudados na carreira literária por mulheres. uma, escritora francesa; a outra, editora de uma revista.
se o leitor ainda não descobriu quem são estes Henry, um deles foi citado pelo dono desta coluna na edição passada do Correio Popular e foi tema do último Sarau Benedito: Henry Charles Bukowski; o segundo, do qual sou fã e diferentemente de Sebastião, acho ele sim, um dos maiores escritores do século XX: Henry Miller. o livro de Bukowski que terminei chama-se “Cartas na Rua” (Post Office), e o de Miller – que ainda não terminei – é “Opus Pistorum”. duas grandes obras. a primeira fala exatamente sobre a época que Buk trabalhava no correio estadunidense, e, no fim, termina com a forte emoção do nascimento de sua única filha. já Miller discorre sobre suas putarias em Paris, e se trata de seu livro mais erótico, escrito por encomenda de um conhecido seu. durante este tempo, Miller vivia apenas do dinheiro do seu texto, pago por páginas entregues ao editor. Opus Pistorum só foi descoberto na década de 1980.

Mozart, Miller, Bukowski e Woolf

abril 12, 2009

buenas, após terminar (um dia após começar) a biografia de Oscar Wilde (como dito, escrito pelo filho do próprio, Vyvyan Holland, em 1960), peguei mais dois livros com meu amigo Seba: O Quarto de Jacob, de Virginia Woolf, e Cartas na Rua, de Charles Bukowski, o qual comecei a ler – e estou gostando muito! aliás, estava lendo Bukowski quando da enchente de novembro do ano passado, e, portanto, perdi o livro. volto ao cara depois desse tempo todo, e feliz em gostar mais dele (aliás, passei a gostar ainda mais após a brilhante apresentação do próprio Seba no 42° Sarau Benedito – dedicada ao Buk -, na segunda-feira passada).

só que no sábado, pela manhã, após uma ida ao sebo em Navegantes, achei uma raridade, que procuro há tempos: o livro de Henry Miller, Opus Pistorum – que também comecei a ler, ontem, sábado. e já estou prestes, com poucas páginas lidas, a considerá-lo uma das melhores obras do estadunidense Miller. erotismo à flor da pele. forte. seco. duro. enfim, o Henry Miller que tanto gosto.

e, finalmente, só pra constar, assistí mais uma vez (já deve ter passado de quinze) ao clássico Amadeus – the director´s cut, o filme que conta sobre  a vida do maior músico de todos os tempos (na minha opinião, é claro), Wolgang “Amadeus” Mozart. ô filme bom!!!!!

Pesadelo Refrigerado

setembro 11, 2008

Como terminei o ótimo “Pesadelo Refrigerado”, do magnífico Henry Miller, deixou-lhes um trecho que gostei muito, da página 246.

À guisa de resposta, ele disse que havia lendas prevendo a queda do homem branco por meio de alguma grande catástrofe — fogo, fome, enchente, uma coisa assim.
— Por que não simplesmente pela ambição e ignorância? — aparteei.
— É — disse ele —, o índio acredita que, quando chegar a hora, só os que são fortes e resistentes vão sobreviver. Eles nunca aceitaram nosso modo de vida. Não olham para nós como superiores a eles em nada. Toleram a gente, só isso. Por mais educados que sejam, sempre voltam para a tribo. Só estão esperando a gente morrer, acho.
Fiquei deliciado ao ouvir isso. Seria maravilhoso, pensei comigo, se um dia eles fossem capazes de se levantar em grande número e nos empurrar para o mar, tomar de volta a terra que roubamos deles, destruir nossas cidades ou usá-las como terreiro de festas. Na noite anterior, quando dava meu passeio costumeiro pela beira do Canyon, a visão de uma folha de quadrinhos (o que me chamou a atenção foi o Príncipe Valente) caída na beira do abismo despertou em mim curiosas reflexões. O que podia parecer mais inútil, estéril e insignificante do que uma folha de quadrinhos de domingo diante de um espetáculo tão vasto e misterioso quanto o Grand Canyon?

Miller, Henry, in Pesadelo Refrigerado (The Air-Conditioned Nightmare – 1945)

A Negra Silenciosa

agosto 25, 2008

Nas duas últimas semanas, terminei dois ótimos livros. O primeiro foi “A Negra Silenciosa” (La Negresse Muette – 1968), do francês Michel Bernard, o qual foi o retorno à minha literatura preferida: o erótico francês. E ontem, terminei o interessante “Anatomia de uma ProstitutaOs segredos da profissão revelados por uma Call-Girl de 100 dólares a hora” (The Anatomy of a Prostitute – 1974), do estadunidense Jhan Robbins, que conta exatamente isso: a história relatada através de entrevistas de uma “call girl“, ou seja, uma garota de programas destas que enchem as páginas de jornais com seus anúncios prometendo prazeres a quem estiver disposto a pagar. No final, ainda tem uma análise de um psicólogo que teve acesso aos dados de Betty (nome falso). Dois livros muito bons, mas que, infelizmente – que eu saiba -, não têm edições recentes (“Anatomia…” é de 1975, pela Nova Época Editorial, e “A Negra…” é de 1979 pela ArteNova).
E pouco antes de terminar “Anatomia…”, recebo uma ligação do Felipe perguntando se eu tinha “O Pesadelo Refrigerado” do estadunidense Henry Miller. Como não tinha, ele comprou para mim, uma bela edição (da Editora Francis) com uma capa muito bonita, o qual já comecei a devorar hoje mesmo! Estava com saudades de mr. Miller. \o/