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As Laranjas e o Show

outubro 15, 2009

Na região de Capivari, interior de São Paulo, quando alguém exagera, tem uma expressão que diz: “Pare de Show!”

por Gilmar Mauro

É patético ver alguns senadores(as), deputados(as) e outros tantos “ilustres” se revezarem nos microfones em defesa das laranjas da Cutrale. Muitos destes, possivelmente, já foram beneficiados com os “sucos” da empresa para suas campanhas, ou estão de olho para obter “vitaminas” no próximo pleito. Mas nenhum deles levantou uma folha para denunciar o grande grilo do complexo Monções. As laranjas, e não poderia ser planta melhor, são a tentativa de justificar o grilo da Cutrale e de outras empresas daquela região. Passar por cima das laranjas é passar por cima do grilo e da corrupção que mantém esta situação há tanto tempo.

Não é a primeira vez que ocupamos este latifúndio. Eu mesmo ajudei a fazer a primeira ocupação na região, em 1995, para denunciar o grilo e pedir ao Estado providências na arrecadação das terras para a Reforma Agrária. Passados quase 10 anos, algumas áreas foram arrecadadas e hoje são assentamentos, mas a maioria das terras continua sob o domínio de grandes grupos econômicos. E mais, a Cutrale instalou-se lá há 4 ou 5 anos, sabendo que as terras eram griladas e, portanto, com claro interesse na regularização das terras a seu favor. Para tanto, plantou laranjas! Aliás, parece ter plantado um laranjal em parte do Congresso Nacional e nos meios de comunicação. O que não é nenhuma novidade!

Durante a nossa marcha Campinas-São Paulo, realizada em agosto, um acidente provocou a morte da companheira Maria Cícera, uma senhora que estava acampada há 9 anos lutando para ter o seu pedaço de terra e morreu sem tê-lo. Esta senhora estava acampada na região do grilo, mas nenhum dos ilustres defensores das laranjas pediu a palavra para denunciar a situação. Nenhum dos ilustres fez críticas para denunciar a inoperância do Executivo ou Judiciário, em arrecadar as terras que são da União para resolver o problema da Dona Cícera e das centenas de famílias que lutam por um pedaço de terra naquela região, e das outras milhares de pessoas no país.

Poucos no Congresso Nacional levantam a voz para garantir que sejam aplicadas as leis da Constituição que falam da Função Social da Terra:

a) Produzir na terra;
b) Respeitar a legislação ambiental e
c) Respeitar a legislação trabalhista.
(…)

Leia o texto na íntegra aqui.

Pros que são contra o MST

abril 15, 2009

É interessante a vida. Segundo a direita histérica e raivosa do Brasil o MST deveria ser o centro das atenções da justiça.

O MST, em 20 e poucos anos de existência, invadiu umas 8 mil fazendas. Bastante?

Os grileiros invadiram uma área correspondente ao Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná JUNTOS.

Destas fazendas invadidas 99% correspondem a: fazendas griladas (portanto roubadas), fazendas cujos donos devem ao poder público muitos milhões e não pagam, fazendas improdutivas.
QUEM TEM FAZENDA LEGAL E PRODUTIVA NÃO TEM O QUE TEMER. O MST dá tanto “Ibope” porque algumas vezes eles exageram e porque quando pessoas humildes agem em conjunto (e se mobilizam) geram muita insegurança nas classes mais altas. Um procurador da república resolveu dar uma de Torquemada, o sanguinário condutor da inquisição católica espanhola.
Usou e abusou de métodos exóticos para tentar intimidar membros do MST no RS. Conseguiu, por exemplo, fechar algumas escolas.
Isto mesmo! Investiu contra a escola…

Quer ler o resto? Aqui. Com este artigo, evito – mais uma vez – dizer porquê o MST é um movimento que deve ser apoiado e mantido.