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Dicas de música clássica no Facebook

março 17, 2013

semana passada, eu e meu amigo Sebastião, criamos uma página no Facebook chamada “Dicas de Música Clássica”, onde, diariamente (ou não), vamos colocar ali, como diz o nome da página, dicas de música clássica, pra quem gosta e pra quem quer conhecer um pouco mais sobre este estilo musical que, basicamente, deu origem à música como a conhecemos hoje.

já publicamos ali Mozart (e um trecho da Flauta Mágica tão bom quanto a famosa ária da Rainha da Noite), Pe. José Maurício Nunes Garcia (um famoso/desconhecido brasileiro) , sobre Stabat Maters (na dica, o de Palestrina), Prokofiev (até agora ninguém descobriu a charadinha sobre ele) e o piano de Chopin.

bem, é isso aí. se tens perfil no Facebook e queres conhecer um pouco mais e ler nossas dicas (quase) diárias, clique aqui e curta nossa página. ah, e claro, mande suas dicas também. 😉

classica musica

Beethoven!!!!!

setembro 20, 2009

Esta é uma lista que meu amigo Sebastião compilou sobre as obras do grande Beethoven, retirada do livro… bem, tá tudo explicado abaixo. Bom proveito e boa música!!!!!!!!

  • Lista de obras de Beethoven e respectivos comentários, extraídos do livro “História da Música Clássica, da idade média a século XX”, de Otto Maria Carpeaux.

Organização: Sebastião Paulo do Aragão

1ª FASE – opus 1 até opus 48

2ª FASE – opus 53 até opus 98

3ª FASE – opus 101 até opus 135

  • Septeto para clarinete, trompa e fagote, violino, viola, violoncelo e contrabaixo, em mi bemol maior, op.20 (1800)

“… bastante mozartiano, talvez o mais encantador exemplo de “música de sociedade”, obra de um Beethoven jovem, totalmente despreocupado.”

  • Sonata para violino e piano em fá maior, op.24 (1801)

“… o frescor juvenil também faz o charme da ligeira (esta obra) (…) à qual se deu o apelido de Sonata Primavera.”

  • Seis Quartetos de cordas, op.18 (1800)

“(…) Haydnianos (…) o no6, em si bemol maior, é famoso pelo último movimento em que lutam dramaticamente um tema alegre e outro, sombrio, em cima do qual o compositor escreveu a palavra “La Malinconia” (A Melancolia).”

  • Largo da Sonata para piano em ré maior,op.10, no3 (1798)

“(…) expressão de um estado de espírito angustiado (…) da melancolia que o op.18 (…) é o pré-romantismo de Beethoven, seu Wertherismo.”

  • Trio para piano e cordas em dó menor, op.1, no3 (1795)

“(…) já se revela no jovem mestre um outro pré-romantismo, revoltado e indômito (…) que assustou o velho Haydn…”

  • Sonatas para piano op.2 e op.10

Idem ao op.1, no3

  • Sonata para piano em dó menor: Pathétique, op.13 (1798)

“(…) é o Beethoven patético. Ele mesmo deu à obra, na qual a melancolia e a revolta se encontram (…) o título de Pathétique. “Dó menor” será sempre sua tonalidade preferida para as manifestações trágicas (…) e muita gente considera esta sonata como a primeira grande obra trágica do mestre. Mas o título pathétique define-a melhor. A paixão turbulenta do primeiro movimento e a bela elegia do segundo não são trágicas; são patéticas. Essa sonata, talvez a mais tocada de todas, já é magistral; mas ainda é obra de mocidade.”

I Sinfonia em dó maior (1799)

“(…) não se afasta muito do modelo Haydn (…)”

  • Concerto para piano e orquestra no3, em dó menor, op.37 (1800)

“… belo (…) bastante mozartiano sem atingir a altura dos maiores concertos de Mozart.”

  • Sonata em si bemol maior, op.22 (1800) e Sonata em ré maior, op.28 (1801)

“(…) são de estruturas modelar, de modo que mal compreendemos o que os contemporâneos acharam de estranho nessas obras impecáveis.”

  • Sonata para piano em lá bemol maior, op.26 (1801)

“(…) começa inesperadamente com belíssimas variações; e mais tarde aparece, na mesma sonata, uma pequena marcha fúnebre, coisa nunca ouvida numa sonata. Beethoven está experimentando.”

  • Sonata para piano em dó sustenido menor: Luar, op.27, no2 (1801)

“(…) que não tem primeiro movimento; começa com o adágio, uma elegia romântica, para acabar com verdadeira explosão de temperamento; essa sonata, na qual está todo Chopin in nuce, talvez fosse escrita para a “amada imortal”; um editor deu o apelido Luar, que ficou; é, talvez, por isso, a composição mais conhecida do mestre, aquela de gostam especialmente os chopinianos e todos os espíritos românticos.”

  • Sonata para violino e piano, em dó menor, op.30, no2 (1802)

“(…) alguns preferem, porém, e com razão, a emocionante canção sem palavras que é o segundo movimento da… (esta obra)”

  • II Sinfonia em ré maior (1802)

“(…) movimento de espírito semelhante (op.30) e da mesma  beleza melancólica é o centro da… (esta obra)”.

  • Sonata para violino e piano em lá maior: Kreutzer, op.47 (1803)

“obra de transição, da primeira para a segunda fase (…) dedicada ao violinista francês Rodolphe Kreutzer, ao qual eternizou o nome (…) de incomparável brilho virtuosístico e, nas variações do segundo movimento, de grande profundidade emocional.”

  • Sonata para piano em ré menor, op.31, no2 (1802)

“não confundir com a Appassionata op.57, mais famosa. Mas esta já está na mesma altura. No seu primeiro movimento, o princípio da sonata-forma, o contraste dramático entre dois temas de caráter diferentes, é transformado em luta trágica entre a expressão de uma força subjugadora e a de resistência dolorosa. Eis o princípio que inspira a maior parte das obras da segunda fase (…)”

  • III Sinfonia em mi bemol maior: Eroica (1803)

“(…) à qual Beethoven deu o título Eroica. Todo mundo conhece e admira o segundo movimento, a marcha fúnebre. Os músicos tem mais fortes motivos para admirar o primeiro movimento, a maior peça sinfônica até então escrita, ampliação coerente da sonata-forma intrinsecamente dramática para a escala da grande tragédia.”

  • Sonata para piano em dó maior, op.53 (1804)

“para os austríacos e os alemães, é chamada de Sonata Waldstein (…) dedicada ao conde de mesmo nome, leva em outros países, por motivos desconhecidos, o título “Aurora”. Deveria chamar-se “pleno sol”, pois é o maior cântico de triunfo e afirmação da vida que jamais se ouviu no instrumento…”

  • Sonata para piano em fá menor, op.57 (1804)

“(…) exatamente contrária à op.53, (…) à qual ficou ligado o apelido Appassionata: a mais sombria e mais desesperada de todas as obras de Beethoven; dois terríveis gritos de revolta, com a oração esperançosa das variações do segundo movimento no meio.”

  • Concerto para piano e orquestra no4 em sol maior, op.58 (1806)

“(…) de inspiração semelhante (à op.57), embora modificada conforme as exigências diferentes do gênero. (…) o segundo movimento, diálogo entre uma elegia dolorosa do piano e respostas implacáveis da orquestra, é uma dessas coisas pelas quais “a arte justifica o sofrimento da vida” (Schopenhauer). (…) esse concerto é o mais lírico de todos; e menos impressionante que o quinto concerto, mas melhor equilibrado, talvez graças à maior extensão do alegre final.”

  • Concerto para violino e orquestra em ré menor, op.61 (1806)

“(…) essa eloqüência, tão característica da segunda fase, também se descobriu, recentemente, na … (esta obra). (…) que os regentes do século XIX pouco freqüentavam; não é um intermezzo pré-romântico entre as grandes sinfonias, como se pensava, mas, como estas, um “apelo à humanidade”. Apenas os recursos empregados são mais modestos. Beethoven ainda está preparando o uso pleno da orquestra.”

  • Quartetos para cordas em fá maior, mi maior e dó maior, op.59 (1806)

“(…) são os quartetos mais poderosos que existem: o majestoso no1; o tempestuoso no3, com a fuga final; e, sobretudo, o quarteto Rasumovsky (dedicado ao conde de mesmo nome, então embaixador da Rússia em Viena) no2, em mi menor, com seu adágio celeste, seu scherzo bizarro e com a inédita explosão temperamental no fim. É a pièce de résistance do repertório da música de câmara. Esses quartetos devem o efeito irresistível àquela sua qualidade que alguns já chegaram a censurar: são escritos para os quatro instrumentos como se fossem grandes sinfonias. Começa a época especificamente sinfônica de Beethoven.”

  • Coriolano em dó menor, op.62 (1807)

“(…) foi escrita para introduzir uma peça medíocre do poetastro vienense Collin; é digna da tragédia de Shakespeare, é a abertura mais trágica de toda a literatura musical.”

  • V Sinfonia em dó menor (1807)

“(…) é chamada, muitas vezes, Sinfonia do Destino, mas não tem programa: apenas enche de espírito poético a sonata-forma, do trágico primeiro alegro até o jubiloso final. É música absoluta. É o exemplo mais perfeito da sonata-forma; é a obra-modelo do classicismo vienense.”

  • VI Sinfonia em fá maior: Pastorale (1808)

“(…) por isso imensamente querida do público e, pelo mesmo motivo, algo menos apreciada pela crítica; mas em tempos recentes a análise encontrou justamente nesse idílio sinfônico, certas audácias harmônicas, pouco ortodoxas, antecipando o “modernismo” musical.”

  • 32 Variações para piano em dó menor (sem número de opus) (1806)

“(…) uma das obras mais características da segunda fase, mas há também opinião menos favorável.”

  • Sonata para violoncelo e piano em lá maior, op.69 (1808)

“(…) queixosa e enérgica, escrita inter lacrymas et luctum, é um grande documento humano; certamente a mais bela obra deste gênero raro.”

  • Trio para piano e cordas em ré maior: Geistertrio (Fantasma), op.70, no1 (1808)

“(…) tem um segundo movimento que é a mais profunda expressão da melancolia em toda a música.”

  • Concerto para piano e orquestra no5 em mi bemol maior,op.73 (1809)

“é a obra mais poderosa do gênero, de ímpeto bélico (…) de efeito irresistível.”

  • Quarteto para cordas em mi bemol maior: Harpa, op.74 (1809) e Sonata para piano em mi bemol maior: Les Adieux, op.81 (1810)

“(…) obras primas de arte intimista.”

  • Fidélio (1804) Indicação: abertura Lorena 3ª , em dó maior (1806)

“(…) obra à parte, em todos os sentidos (…) não é uma ópera como outras; antes uma peça para ser representada em ocasiões solenes, extraordinárias, esse cântico dramático da vitória do amor conjugal sobre a tirania política (…) o enredo muito conhecido, transformado por Beethoven em tragédia das prisões subterrâneas do corpo e do espírito; um cântico da liberdade. Sobre a abertura Lorena 3ª em dó maior… conquistou vida independente (…) uma grande sinfonia de programa: resumo, sem palavras, do enredo da ópera, a maior obra de Beethoven como “poeta dos sons”.

  • Egmont, de Goethe,op.84 (1810)

“(…) talvez musicalmente menos profunda que a outra, mas mais concisa e mais “brilhante”: é a abertura das aberturas.”

  • VII Sinfonia em lá maior (1801)

“(…) é a mais poética de todas: o sonho serenamente fúnebre do allegretto, a poesia íntima do scherzo (especialmente do seu trio), a tempestade dionisíaca do finale – esta é, talvez, a maior sinfonia que existe.”

  • VIII Sinfonia (1811)

“(…) é um epílogo, resumindo o gênero e Haydn; é mesmo trabalhada, deliberadamente, no estilo humorístico de Haydn.”

  • Liederkreis na die ferne Geliebte, op.98 (Ciclo de Lieds à Amada Longínqua) 1816

“(…) caráter de epílogo também (…) é, entre os muitos lieds de Beethoven, a única obra que antecipa realmente o gênero de Schubert.”

  • Trio para piano e cordas em si bemol maior: Arquiduque, op.97 (1811)

“(…) denominado Arquiduque porque dedicado ao arquiduque Rudolf, é certamente a obra-prima desse gênero tão poético; o primeiro alegro, o scherzo, o finale são de perfeição tão absoluta como, em outro estilo, um Concerto de Brandenburgo; o terceiro movimento é a mais comovente elegia de despedida em toda a música.”

  • Sonata para violino e piano em sol maior, op.96 (1812)

“(…) não é menos poética (do que a op.97) (…) uma nobre meditação que culmina em variações é, mais uma vez, tipicamente haydniano. Todas as possibilidades do “classicismo vienense” estão triunfalmente esgotadas. Fechou-se o ciclo.”

  • Sonata para piano em lá maior, op.101 (1816) e Sonata para violoncelo e piano em dó maior e em ré maior, op.102 (1815)

“(…) quem, porventura, chegar a ouvir logo depois de uma daquelas obras (op.96 ou op.97), acredita ter encontrado, por engano, outro compositor. O estilo mudou completamente (…) a sonoridade tornou-se áspera, a polifonia instrumental mais dura; a expressão, enigmática. É a terceira fase.”

  • Sonata para piano em si bemol maior, op.106 (1818)

“(…) leva na folha de rosto a observação à qual deve o apelido: para a Hammerklavier (piano forte) (…) como se usava o cravo com freqüência, diz o mestre que a op.106 requer o piano; (…) duvidam, alguns, se basta isso; se pode ser executada, satisfatoriamente, em instrumento algum, essa maior de todas as sonatas, de tamanho de uma sinfonia e de profundidade inédita, culminando numa grandiosa fuga. No entanto, é abuso condenável o “arranjo” da Sonata op.106 para orquestra.”

  • Sonata para piano em si bemol maior, op.109 (1820)

“(…) é uma nobre elegia, terminando com um set de variações.”

  • Sonata para piano em lá bemol maior, op.110 (1821)

“(…) de poesia dolorosa, é, como na Hammerklaviersonate, uma fuga.”

  • Sonata para piano em dó menor, op.111 (1822)

“(…) à qual Thomas Mann dedicou, no romance Doutor Fausto, uma página admirável, só tem dois movimentos: depois de um alegro heróico, de força de bronze, uma série de variações etéreas que refletem harmonias transcendentais.”

PS: op.109, 110 e 111, são as últimas sonatas de Beethoven. Grifo do Seba.

  • 33 Variações sobre uma valsa de Diabélli, op.120 (1823)

“(…) é superior até às Variações de Goldberg, de Bach; a maior obra de variações da literatura musical. Obra inteiramente abstrata, destinada mais à leitura do que para um instrumento material. Música, com licença para o superlativo, absolutíssima.”

  • Rondó em sol maior, op.129 (1823)

“(…) no seus últimos anos, Beethoven só escreveu para o piano oq eu chamava de “bagatelas”; esta obra é uma delas (…) denominada Die Wut ueber den verlorenen Groschen (A Raiva pelo tostão perdido), expressão de humorismo burlesco de quem, das maiores alturas, caiu para as pequenas misérias da vida cotidiana.”

  • Missa Solemnis em ré maior, op.123 (1823)

“(…) a obra de mais alto vôo da terceira fase (…) menor, em tamanho, que a missa de Bach, excede no entanto, de longe, as dimensões que a liturgia admite; (…) foi escrita para a consagração do arquiduque Rudolf, aluno predileto de Beethoven, como arcebispo de Olomouc (…) uma manifestação colossal de religiosidade livre, fora e acima de qualquer credo dogmático. A fé religiosa de Beethoven foi, provavelmente, no início, o deísmo do século XVIII.”

  • Seis Canções Sacras, op.48 (1803)

“(…) são desse espírito deísta (…) escritas com grande simplicidade no estilo da criação de Haydn, das quais uma, Die Elvre Gottes (tradução livre: A Glória de Deus), é uma das obras mais divulgadas de Beethoven.”

IX Sinfonia em ré menor, op.125 (1823)

“(…) “música é revelação mais alta que qualquer filosofia”, reza um aforismo de Beethoven. Um poema de Schiller é o texto dos soli e coros que formam, de maneira inesperada e inortodoxa, o último movimento da IX Sinfonia, a primeira sinfonia com a colaboração de vozes humanas. A esse colossal movimento vocal, deve a sinfonia à popularidade. (…) mas, com tanta admiração, não há motivo para tanto. Sempre preferimos a V e, sobretudo, a VII Sinfonia. Pois o último grandioso movimento da IX, embora a mais forte manifestação da eloqüência beethoveniana, é algo inorganicamente acrescentado; a obra é híbrida. Mas esses argumentos não valem, evidentemente, contra a dolorosa tristeza do andante, o humorismo gigantesco do scherzo e, sobretudo, o primeiro alegro, que é o maior movimento sinfônico de Beethoven. Na Missa Solemnis e na última parte da IX Sinfonia, a escritura vocal de Beethoven, compositor instrumental por excelência, respeita pouco as possibilidades e os limites da voz humana; certos trechos dos coros passam por dificilmente executáveis. A surdez pode ter contribuído para tanto, assim como nas “impossibilidades” pianísticas da Hammerklaviersonate. Mas o verdadeiro motivo dessas imperfeições materiais foi outro: nenhum instrumento solo, nem a orquestra sinfônica e nem a voz humana foram capazes de materializar completamente o pensamento musical abstrato. O único recurso possível foi o som imaterial do quarteto de cordas. As obras derradeiras são os cinco últimos quartetos.”

Sobre os últimos quartetos de Beethoven

“Durante decênios, depois da morte do mestre, foram considerados com reverência tímida, como manifestações inexecutáveis de uma inteligência musical perturbada pela surdez e, talvez, por um alheamento já parecido com anormalidade mental. Mas aconteceu, enfim, o que Marcel Proust formulou tão bem: “os últimos quartetos de Beethoven criaram um público para os últimos quartetos de Beethoven.” Hoje se executam muito. São pontos altos, talvez os pontos mais altos da criação musical; e grandes documentos humanos. Ao menos iniciado, ainda hoje oferecem certas dificuldades. A sonoridade é áspera, sem a menor consideração da eufonia. É duro acompanhar a polifonia instrumental, tão linear como a de Bach. É difícil compreender as sutilezas da construção dessas obras, que tem cinco, seis e até sete movimentos. Só a análise pormenorizada e audição muitas vezes repetida, abrem a porta dese novo mundo da música.”

  • Quarteto em mi bemol maior, op.127 (1824)

“(…) é o mais acessível dos cinco; por isso altamente apreciado já por Mendelssohn e, talvez pelo mesmo motivo, hoje menos freqüentado.”

  • Quarteto em si bemol maior, op.130 (1825)

“(…) tem esquema completamente irregular; contém uma bizarra Danza Tedesca e uma Cavatina que é suprema inspiração celeste. Termina, nas edições impressas, com um final alegre, mas na primeira versão, termina com uma fuga que assustou de tal maneira os amigos e o editor, que convenceram o mestre a editá-la separadamente.”

  • Fuga para o quarteto de cordas, op.133 (1824)

“(…) é, realmente, a mais estranha de todas as obras beethovenianas, de uma “modernidade” que antecipa a arte de Bartók (…) em 1962, o ex-antibeethoveniano, Stravinski, declarou considerar essa fuga a mais moderna e, talvez, a maior obra musical de todos os tempos.”

  • Quarteto em dó sustenido menor, op.131 (1826)

“(…) é o mais comprido dos cinco, do tamanho de uma grande sinfonia. É a única obra de Beethoven que pode, com algum direito, ser chamada de “mística”; mas o último movimento tem forma de dança, embora seja dança de um outro mundo.”

  • Quarteto em lá menor, op.132 (1825)

“(…) quase do mesmo tamanho do precedente; é tão comprida por causa do movimento lento, intitulado Heiliger Dankgesang eines Genesenen na die Gottheit, in der lydischen Tonart (Cântico Sacro de Agradecimento de um Convalescente à Divindade, no Modo Lídio); dessa massa sonora, que parece procedente de um outro mundo, Aldous Huxley afirmou que basta para convencer da existência de Deus aos ateístas.”

  • Quarteto em fá maior, op.135 (1826)

“(…) é um resumo dos outros e, no entanto, mais que isso; embora muito conciso, é mais explícito. Um alegro realmente alegre, mas carregado de tensão dramática; um scherzo burlesco, quase rústico, um movimento lento de inspiração francamente religiosa. O último movimento começa com uma interrogação estridente, dissonante, seguida dos mesmos sons em ordem inversa; Beethoven escreveu em cima desse início, em língua alemã: Muss es sein? Es muss sein. (“É preciso? É preciso.”)

Comentário final

“(…) do opus 1 até o opus 135 (…) a arte de Beethoven é o maior documento humano em música. Se desaparecesse do nosso horizonte espiritual, a humanidade teria deixado de ser humana. Estão indissoluvelmente ligados o destino da música beethoveniana e o destino de nossa civilização.”

Otto Maria Carpeaux

Organização: Sebastião Paulo do Aragão

E a música clássica perde um entusiasta

maio 11, 2008

Morreu o ex-senador e jornalista Arthur da Távola, que tinha o nome de Paulo Alberto Monteiro de Barros, aos 72 anos de idade. Artur tinha o único programa que conheço sobre música clássica, o “Quem tem medo de música clássica”, da TV Senado (e que é retransmitido pela TV Brasil Esperança, aqui em Itajaí). Curioso (?) é que a morte de Artur da Távola acontece enquanto eu (com a ajuda do Felipe Damo) preparo um post sobre música clássica, que publicarei esta semana, possivelmente. Uma pena a morte de Artur, mas, tomara que o programa da TV Senado continue.

Aqui, uma das poucas coisas que achei sobre o programa apresentado por Artur, no Youtube. A Nona Sinfonia de Beethoven: